domingo, 12 de junho de 2011

Brega

Recordo-me da minha saudosa mãe alertando-me a não passar pela rua do cruzeiro (Itaberaba). “Passe bem distante daquele lugar” dizia ela. Como era criança e não trazia comigo a mente maliciosa e pervertida que tenho hoje, nem imagina o porquê de tal pedido que era fielmente obedecido. Passado alguns poucos anos, agora já ouvia falar das “PUTAS” (Mulheres que vivem do sexo e eram as ditas que povoavam a rua do cruzeiro), das lâminas que as mesmas carregavam em baixo da língua e como as mesmas eram violentas. Nossa!!! Ficava medificado e passava bem longe de onde pudesse encontrar uma mulher com estas características... Passado alguns anos, comecei a ouvi falar de Bate Manteiga a mais famosa “puta”de Itaberaba na minha época (mulher  de tamanho pequeno, cabelo cortado baixinho e certamente carregava lâminas consigo). Para minha surpresa a famosa Bate Manteiga veio a se tornar minha cunhada e mesmo carregado de preconceitos e medos passei a conviver com a mesma e somente a partir daí passei a perceber que ela era uma pessoa absolutamente normal, carismática e muita solícita. Hoje Dorivânia como assim foi batizada não exerce mais a profissão, é evangélica e também não somos mais cunhados, porém muito amigos e foi a mesma que desconceituou tudo que os adultos me fizeram pensar a respeito do Brega e em especial da rua do cruzeiro, por onde passo hoje e rio me lembrando de como minha mente me enchia de medos.
Em todo lugar tem um Brega, aqui em Ipirá a localidade que ficou conhecida foi a região da Praça Santana. Recentemente, ouvi de conhecedores daquele local de como a movimentação era real por alí e como as conceituadas senhoras da elite ipiraense detestavam as meninas como Haidê Fodinha em seus tempos de glória, que tão atendiam seus esposos e talvez fizesse com eles o que elas n faziam em casa.
Não posso me estender a respeito dos Bregas ipiraenses, por conta de não conhecer muito sua história. Mas o Brega como todo ainda continua em toda parte e acredito que os meninos com a idade que tinha quando morria de medo das PUTAS, não sentem a mesma coisa, afinal a coisa funciona de outra forma hoje e se aprende muito mais rápido a respeito de tudo.
Com Bate Manteiga a conviver com tudo e com todos,  respeito o diferente e me coloco amigo caso necessário.
OBS: Usei a palavra puta, porque era exatamente assim que ouvia a respeito das PROSTITUTAS




Rhey D`Sá